Em março de 2025, o Brasil registrou um novo recorde de inadimplência entre empresas, alcançando a marca de 7,3 milhões de negócios negativados. Este é o maior número desde o início da série histórica do Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian. Em comparação, fevereiro apresentava 7,2 milhões de empresas inadimplentes, demonstrando um aumento preocupante.
O valor total das dívidas também atingiu um novo patamar, somando R$ 169,8 bilhões, em comparação aos R$ 164,2 bilhões do mês anterior. Este cenário reflete um ambiente econômico desafiador, marcado por juros elevados e dificuldades no acesso ao crédito, especialmente para pequenas empresas.
Quais setores são mais afetados pela inadimplência?

O setor de Serviços lidera a lista de empresas inadimplentes, representando 53% do total. Em seguida, estão as empresas do Comércio, com 34,8%, e da Indústria, com 8%. Outros setores, como o Financeiro e o Terceiro Setor, representam 3,3%, enquanto o setor Primário responde por 1% das empresas negativadas.
As micro e pequenas empresas são as mais afetadas, somando 6,9 milhões de negócios inadimplentes. Esses empreendimentos acumulam mais de 48 milhões de dívidas, totalizando um valor superior a R$ 146,2 bilhões. A economista Camila Abdelmalack, da Serasa Experian, destaca que esses negócios enfrentam maior dificuldade devido ao menor capital de giro e maior dependência do crédito bancário.
Quais regiões do Brasil apresentam maiores taxas de inadimplência?
Entre as unidades da federação, o Distrito Federal lidera com uma taxa de inadimplência de 40,9%, seguido por Alagoas com 40,3% e Pará com 39,8%. Em contrapartida, Santa Catarina (24,5%), Espírito Santo (24,8%) e Piauí (25%) apresentam as menores taxas de inadimplência no país.
Este cenário regional reflete as disparidades econômicas entre as diferentes áreas do Brasil, onde fatores locais podem influenciar significativamente a capacidade das empresas de manterem suas finanças em dia.
Impactos da inadimplência no ambiente econômico
A alta inadimplência entre empresas brasileiras tem consequências significativas para o ambiente econômico. Com juros elevados e restrições no acesso ao crédito, muitas empresas enfrentam dificuldades para manter suas operações. Isso pode resultar em uma redução na capacidade de investimento e crescimento, afetando a geração de empregos e a economia como um todo.
Para mitigar esses efeitos, é crucial que políticas econômicas sejam implementadas para facilitar o acesso ao crédito, especialmente para micro e pequenas empresas, que são as mais vulneráveis em tempos de instabilidade econômica.
O que pode ser feito para reduzir a inadimplência?
Reduzir a inadimplência empresarial no Brasil requer uma abordagem multifacetada. Em primeiro lugar, é necessário que as instituições financeiras ofereçam condições de crédito mais acessíveis e adaptadas às necessidades das pequenas empresas. Além disso, a educação financeira pode desempenhar um papel crucial, ajudando os empresários a gerenciar melhor suas finanças e planejar suas operações de forma mais eficaz.
Políticas governamentais que incentivem a inovação e o empreendedorismo também podem contribuir para um ambiente de negócios mais saudável, promovendo o crescimento econômico sustentável e a redução da inadimplência.