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‘Economia mundial será diferente em 10 anos’, defende Nobel após tarifaço dos EUA

O economista britânico-americano James Robinson afirmou nesta terça-feira (14) que a economia mundial será diferente em 10 anos, reflexo dos efeitos do tarifaço imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, aos seus parceiros comerciais.

Robinson teve seu trabalho reconhecido pelo Nobel de 2024, ao lado de Daron Acemoglu e Simon Johnson, por estudos que mostram como as instituições afetam a prosperidade de um país.

Para ele, os EUA passam por profundo processo de desgaste da democracia e divisão cultural, o que não poderá ser revertido. “Em relação aos EUA, eles não vão voltar à mentalidade do [Joe] Biden [ex-presidente dos EUA], não. Esta é a nova realidade dos EUA”, disse.

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A afirmação foi dada durante o evento Global Voices, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em São Paulo.

“Se você pensar bem, a economia mundial será bem diferente daqui 10 anos. Os EUA estão solapando tudo que havia lá”, disse, explicando que isso acontece com o apoio da população norte-americana que não viu benefício próprio nos anos de desenvolvimento do país.

“O mundo vai mudar, as relações diplomáticas vão mudar. No Brasil, vocês têm 12% de exposição [à economia americana], e já se ajustaram. Eu tenho meus comentários sobre o Brics, mas pelo menos é uma reorganização”, disse Robinson.

Ruína da democracia nos EUA

Robinson abordou as raízes do atual desmoronamento da democracia nos EUA, com a ascensão do governo Donald Trump. Ele fala que, sem confiança, as pessoas não vão lutar para garantir que a democracia prevaleça.

“Teve uma pesquisa em que perguntaram às pessoas se os políticos se importavam com pessoas como eles, e 85% das pessoas disseram que não. Como você pode ter uma democracia assim? Isso faz com que o resultado das eleições vá abaixo”, diz.

“Outra pesquisa, sobre como as pessoas descreveriam a política nos EUA apontou as palavras mais usadas, que foram divisiva, corrupta, ruim, caos, polarizada, triste, disfuncional”.

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Patentes guiam criatividade e inovação

Ele disse, ainda, que a democracia impulsiona o desenvolvimento econômico ao investir em serviços, e que as patentes estimulam a criatividade e a inovação. 

Ele explica que a pesquisa que desenvolvou apontou que a democracia impacta positivamente nos investimentos do poder público, como em saúde e educação, o que eleva matrículas em escola, acesso ao ensino médio, o que beneficia a produtividade.

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