LAS VEGAS – A América Latina não é uma das principais fontes dos contratos bilionários que promoveram uma das maiores valorizações da história da gigante de tecnologia Oracle (ORACL34) nos últimos meses. Esse responsabilidade fica com as principais desenvolvedores de modelos de IA do mundo. Países latinos, no entanto, são responsáveis por um número crescente de aplicações com base em tecnologia desenvolvida pelas big techs.
“O grande volume [de dinheiro fechado nos contratos] não vem da América Latina, mas seguramente estamos vendo que a demanda começa a subir”, afirma o vice-presidente da Oracle para a América Latina, Luiz Meisler, em entrevista coletiva que antecipa o evento Oracle AI World. “Teremos essa capacidade desses LLMs? É dificil dizer. É difícil um nível de investimento desse, de centenas de bilhões de dólares, na América Latina. Centenas de milhões, veremos.”
O InfoMoney traz os principais destaques do evento em cobertura direto de Las Vegas, nos Estados Unidos.
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Os principais desenvolvedores de modelos de linguagem grandes (LLM, na sigla em inglês), como OpenAI, do ChatGPT, Grok, da xAI, ou Llama, da Meta puxam as expectativas por contratação de processamento dos serviços da Oracle nos próximos anos, bem como empresas de tecnologia globais como o Uber.

Em setembro, o valor de mercado da Oracle entrou em um rali após a companhia anunciar o crescimento da sua linha de infraestrutura de nuvem. Segundo dados compartilhados pela empresa, a unidade crescerá 77% neste ano fiscal, para uma receita de US$ 18 bilhões. A expectativa é que ela encerre o ano fiscal de 2030 com receita anual de US$ 144 bilhões, afirmou a ex-CEO Safra Catz. A empresa não faz recortes das projeções por regiões.
Não é como se a América Latina estivesse fora do jogo. Segundo Meisler, as aplicações com base nos modelos de linguagem desenvolvidos pelas principais companhias sediadas nos Estados Unidos tem aumentado: “Estamos consumindo GPU [processadores por trás dos data centers dedicado a IA], não necessariamente da América Latina, mas estamos consumindo”.
“Na América Latina, infelizmente não teremos as possibilidades de investimento que se tem aqui nos Estados Unidos. É um negócio de capital intensivo”, afirma o o vice-presidente de IA e high tech da Oracle para a América Latina, Leandro Vieira. Ele pondera, no entanto, a partir do momento em que o mercado investir mais na América Latina, aplicações podem começar a ser exportadas.
*O repórter viajou ao Oracle AI World a convite da Oracle.